terça-feira, 24 de março de 2009
Algumas
algumas palavras
saem tangendo limites
arrebatando seres
cobrindo multidões
algumas verdades
são punhais de ouro
que maculam a alma
e corroem ossos
algumas pedras
são demônios
outras
são covardemente
certeiras
algumas tochas
iluminam o escuro
outras atravessam a lança
da luz
algumas palavras
me caem como gota
de um veneno insano
onde a tragédia
me [re] compõe
by Solange Mazzeto
imagem by Clara Pechansky
quarta-feira, 18 de março de 2009
Delicado
debruçada na varanda da sala
ela lia entre as folhas do café
mascando a ira
da antiga dor
debruçada em tranças fartas
ela sorria
com seu nariz de sarda
a fantasia brilhava
acalmando-a
e ela corria os olhos
entre as nuvens
perguntando-se
o porque
da
vida
e tudo a volta lhe dizia
que o mar renova
que as ondas voltam
e
que
as gaivotas
[depois de um tempo]
voam
by Solange Mazzeto
desconheço a origem da foto
terça-feira, 17 de março de 2009
Resíduos
deixastes
meus joelhos
trêmulos
minha boca
ardendo
meus pés
te
querendo
deixastes
minha mente
fervendo
meus seios
pulsando
meu coração
derretendo
pusestes
teu som
em meu
corpo
teu pulso
em
meu sonho
deixastes
resíduos
de amor
texto: by Solange Mazzeto
imagem: desconheço a autoria
domingo, 1 de março de 2009
Simples
simples roda
que me redonda a vida
um cílio no futuro
um ariscar de letras
sonho refeito
acreditar no começo,
no meio
e no recomeço
simples roçar de dedos
num olhar que
conta alguns segredos
simples crer
que finais não existem
coexistem
consistem
mas não acabam nunca
simples passo
até uma mão estendida
no fiapo de uma vida
simples esfumaçar de lanças
que se desfolham
na ferida
e tudo é tão simples
no simplismo vital
em alarmantes sons
diante do sinal
do sinal
que
faz-nos sentir pássaros
by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
Assinar:
Postagens (Atom)