segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O ator de teatro dito por mim




Ser atriz não é a coisa mais simples do mundo, mas é a coisa mais simples pra mim, amo estar no palco, sentir a 'pulsação' da pláteia, o respirar, a emoção do depois... ver 'olhinhos' arregalados, assustados, deslumbrados, não só pelo ator-atriz, mas por 'se ver' ali naqueles personagens, não que no cinema ou na TV o público não se veja, mas no palco, é mais cru, mais nu...


Teve uma vez que fiz uma mãe, e quando acabei a peça, já indo embora, um cara de uns 30 anos mais ou menos, me disse:


"Obrigado viu! Eu vi em você a minha mãe que já se foi, ela fazia como você fez em cena... 'você tá levando remédio? você comeu direitinho, vc isso, vc aquilo?' e sabe? Eu não entendia isso nela, mas sinto tanta falta disso e hoje vendo vc ali em cena e 'vendo' ela, me fez muito bem, é como se ela tivesse voltado um pouquinho pra mim, obrigado viu!


É!!! Existem lindas profissões, sei que sim, mas essa de atriz-ator, é mágica demais pra não ser muito, mas muitoooo bela...


obrigada viu Deus!


Solange Mazzeto

Meu presente


só isso, eu e a filha, maior presente da minha vida, a melhor coisa que fiz na vida, rss

O ar não vem

respira, respira... cadê o ar?
que me fazia sorrir?
que brincava comigo?
sumiu? não, está ai em algum lugar, fazendo outra sorrir, respirar...

by Solange Mazzeto

sábado, 20 de setembro de 2008

Você

Os olhos na noite transmitiram gula
Alegria
Força
Brandura
Suas mãos na noite eletrizaram minha pele
O toque dos joelhos assim meio 'sem querer'
Foi... bom, foi... bom
A boca tão perto
O olhar ao espelho, a face pertinho
A vontade...
O abraço seguro
Dando-me sensações amplas...
Falando sério, falando bravo, falando sorrindo
Cantando com entusiasmo
Madrugada voa
De manhã os olhos
Que na noite
Faltou o reparo
do esverdeado tom
que me lembra gato
gato-poeta
o és
...

poema by Solange Mazzeto

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Seria saudade se o sonho fosse dormir

de olhos abertos, assisto o meu passar, rabisco uma flor com boca, olhos e cílios longos a me olhar
faço corações de par em par
desenho cubos, uma folha [voando ao ar], uma árvore com maçãs, a casinha com chaminé e o...
... caminho de pedriscos coloridos, a cortina de poás...
...seria saudade se o sonho fosse dormir...


texto by Solange Mazzeto

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Na beira



o vislumbre da morte é inexplicável e explicável
é onde percebemos a fragilidade
olhamos além do umbigo [próprio]
é onde nos ‘misturamos’ e enxergamos o quão semelhantes somos...

queremos coisas e pessoas
queremos ser notados, ouvidos, vistos...
queremos que o que falemos seja compreendido
e não manipulado e não subvertido
e não ‘julgado’, e não comparado
queremos ser nós, só nós...

o vislumbre da morte, seja qual for essa morte
é benção
São Francisco se referia à morte... como irmã, ele falava “Bendita sejas irmã morte!”

é bendita sejas...


texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem

sábado, 6 de setembro de 2008

Solidariedade

Solidariedade

Ando tomando buzão em Sampa, porque volto tarde da noite, cansada, com fome e então, sem condições de dirigir, ainda mais sozinha e pelo centrão da grande metrópole paulista, pois bem, eu não gosto de andar de buzão, pelo cheiro que tem de diesel, querosene e às vezes, o ‘perfume’ do povo...
dias desses uma amiga me disse: você pensa o que, o povo sai de manhã, rala o dia todo e fede, não tem jeito!
ué, tem jeito sim sabe, de lavar o rosto, de passar um sabão na axila, eu faço isso, quando fico o dia todo ralando no ensaio, ora! e em qualquer banheiro, tendo água e sabão, tá feito!
bom, discussão a parte, vou ao que interessa na questão de solidariedade.
Ontem, já era tarde da noite e lá estava eu num desses terminais de buzão, esperando na fila [enorme] o bendito chegar, então, chegou um mocinho de uns 20 anos mais ou menos e disse eita que fila grande, será que eu vou sentar?
--- ah, vai sim, porque esse ônibus que vem, é daqueles grandões e sanfonados, vai ter lugar sim pra você
--- é né, tomara, porque tô cansado corri desde o metro pra poder pegar esse ônibus e ir sentado
--- é voce vai conseguir sim
--- Tô com fome! [ele disse]
--- eu também estou
---- eu nem almocei hoje, o menino me disse
---- credo, como você agüenta?
ele deu de ombros --- Ué agüentando
eu ali né, com fome também, mas eu tinha almoçado e comido um lanche, afff!
bom, o buzão, chega e lá vamos nós
e o cobrador não estava ali, então parei e falei:
--- pode passar que tenho que esperar o cobrador, acho que saiu pra ir ao banheiro
--- o mocinho, passou o bilhete e falou
--- pode ir, imagina esperar o cobrador e não sentar!
quando fui dar o dinheiro da passagem, ele quase não pegou, mas eu com o olhar insisti
isso me emocionou, porque isso se chama S O L I D A R I E D A D E
o mocinho mal tinha grana pra ele comer, mas não quis me deixar esperando o cobrador, e com isso, ia passar muita gente na minha frente, enfim, vivências assim me fazem sentir que o mundo ainda tem jeito né não?!


texto by Solange Mazzeto

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Vestida de fita



o mar abraçando meu corpo esguio
uma sede de amar pra sempre
o sol me chamando quente

burburinhos do mar
me diz
carinhos

eu ali vestida de fita
brilhando na vida
querendo ... querendo ... querendo...


desconheço a autoria da imagem

texto by Solange Mazzeto

O som da voz...



era um som divertido, carismático e um pouco tímido, a bebida ajudava a liberar o lado vespertino, a embriaguez realçava a lucidez do olhar que passeava por mim, era o som, o som dele na minha nuca, a sensatez que fugiu de mim feito louca, era a boca dele, o hálito quente, me entorpecendo...
era divertido vê-lo caminhar até mim, com aquele jeito do Sapo, do Mappet Show, era um..dois... quase três ‘passos bandidos’, parecia meio vacilante ao andar, mas era só o trejeito de quem sabe ronronar...
quando olho a foto que tenho, em nossa intimidade, em minha casa, penso, repenso, mas não nutro mais nada, ele não está mais em minhas oscilações de humor, e não está mais no meu pão matinal, e muito menos está em minhas orações
mal nenhum quero à ele, mas o quero no meu limbo particular, onde sua voz e sua imagem, some, some, some...
foto e texto by Solange Mazzeto

Uma saudade quase neutra



era uma saudade sólida, dura, sem encanto
era uma saudade, quase ‘nada mais...’
uma sofreguidão que se extingue, esmiuçando o paladar
era como se a saudade dele, não mais existisse e começasse a brotar de mim um novo olhar
um olhar firme de filme, onde a mocinha é brava a toda prova
... onde a mocinha não tem tempo de chorar...
imagem e texto by Solange Mazzeto

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Quero



eu quero o prazer de me dar em baldes
de sussurrar verdades
de dizer ‘talvez’

quero a necessidade do pólen
a embriaguez do olhar
no pote de mel

eu quero a imensidão do mar
me permitir voar
e serenar também

quero goles teus
bailando junto as minhas entranhas
eu quero a voracidade, junto a lucidez
que você me traz...


escrita by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
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