quinta-feira, 2 de julho de 2009
Pensei que não era sem classe pedir...
Pensei que não era sem classe pedir...
...pedir que Deus me trouxesse de volta, a jabuticaba dos dias de meus 6 anos de idade. Ela era tão doce, a casca tão fina... E tinha também a fruta-do-conde na árvore de minha meninice...
E a lua era tão maior que de agora?!
Ainda quando na réstia de luz de minha mente, me recordo de dias desses, o ar aprisionado em meu peito, das mágoas cantadas, saem todas e as asas de minhas costas voam contentes...
Não sou uma velha pra escrever assim, a meninice ainda clareia meus sonhos, minha boca ainda sorri em riso aberto, mas meu peito anda se fechando, quase calmo e sereno, e disso tenho é muito medo.
Mas, de medo, aprendi que é um fedelho de calças compridas, que destrói os ossos, e as vias de respiração, soube que medo derrete células, medo é um caroço de abacate na goela, e como tive a divindade de aprender a lidar com o tal, o mato agora e sem receio. Vai-te longe, oh! Sem graça, vai-te longe de mim...
Agora que aprendi a pedir, peço a Deus que o compreenda, e me compreenda afinal sinais de gelo, fumaças de alucinação, são fantoches da ira e da fraca imaginação...
Se te amo, eu te amo, e não tem mais solução, no meu seio estás guardado e deitado em meu coração, e sabes? O imagino sempre contente, com ar de gente satisfeita, qual gato estirado ao chão, daqueles gatos que amam uma réstia de sol, na brisa da janela, compreende? E sabe se esparramar sem medo, porque gato não tem medo de trepar na janela mais alta do sonho e miar, pedindo leite e um pouco de atenção...
Agora que sei pedir, peço, oh! Deus! Livrai-me sempre de qualquer entonação mais dolorida que eu possa vir a ter, por falta de minha própria atenção!
Dai-me Senhor o desejo de continuar atenta, com os olhos fogosos num céu ditoso de estrelas, onde a lua e o sol se vestem da mais macia seda,e que eu possa cavalgar na brisa, deixando a mente ser varrida pelos Elísios campos do céu...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
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6 comentários:
Solange
Maravilhosas imagens poéticas suas palavras formaram. Amei!!
Bj grande
Linda sexta pra você.
Minha querida amiga.
Depende do que se pede. Por vezes a necessidade faz-nos engolir o orgulho e não temos mais remédio. Mas nunca é demais pedir quando se pede amor, paz, solidariedade, amizade e todas essas coisas que fazem a vida mais bonita.
O seu texto é excelente. Não sabia era que o medo: "é um fedelho de calças compridas...". Excelente comparação.
Beijos
Bom fim de semana
Victor Gil
Regina, bom saber que vc sentiu isso, um beijo grande, lindo finde pra vc
Oi Victor, é tbm gostei da minha comparação, rss
bjos
Que relato gostoso, que força vital.
Oi Ruy, que bom vc por aqui.
beijo
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