Dá-me a tua mão
Clarice LIspector
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
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4 comentários:
Maravilhosa Clarice! Lindo!
Bjs
Amiga Sole
Este poema, além de bem concebido e muito interessante, obrigou-me a uma coisa: Investigar quem foi Clarice Lispector e descobri que foi uma escritora e jornalista brasileira. Interessante, como estamos sempre a aprender algo.
Aproveita bem as férias para descansar e escrever.
Beijos
Victor Gil
Maravilhosa mesmo né Regina, ela sempre ensina! um bjo
Victor, maravilhsa saber que foi saber mais da Clarice, ela é fabulosa, se puder, leia livros dela tbm, que acho q vc vai gostar!
Tô aproveitando mesmo minhas férias, bjos
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