e foi um toque de joelhos
sonhos despertados de momentos
corações bajulados
a fresca da tarde invadindo o mundo
e nós vivendo
o pedaço azul que nos cabe
embalados em papel de presente
riscando o siso
e nesse contente emaranhado de vida
as fitas se soltam dando vivas
é mais um tempo de renovar
é mais um tempo de brilhar
então é Natal de novo
então depois de uma semana
é final de ano de novo
e cá pra nós
e cá pra riba
em cada esquina
a semente da esperança ressurge
em cada coração nasce mais um anjo [bom ou não]
a escolha é só sua, minha, tua...
by Solange Mazzeto
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
Tem um tanto
tem afeto em cima da escada
jogos no travesseiro
tolices ditas em dias alternados
e tem sim e tem não, e tem... talvez
[na lábia que vira um coração no avesso]
tem lágrima esculpida a fogo
tem idéias e frases que desconectadas fulguram em poesias
tem amores desnutridos de paixão
tem a lata de óleo pelo chão
e
na busca que
nunca termina
tem aquele
aquela
que tem um tanto de tudo que queremos
mas está lá e não cá
by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
domingo, 21 de dezembro de 2008
O Cume
desordem
acúmulo de líquido
um peso que pesa
e cansa
nado até o ponto alto
escalo montanhas de vidro
meus pés descalços doem
e sento
trafego por sinais vermelhos
a rua desliza sob meus dedos
o parafuso desparafusa
e cedo
volume
e a distância dá medo
o sonho morreu
e o perfume venceu
...
e tudo ficou negro
...
no cume de nós mesmos
...
by Solange Mazzeto
acúmulo de líquido
um peso que pesa
e cansa
nado até o ponto alto
escalo montanhas de vidro
meus pés descalços doem
e sento
trafego por sinais vermelhos
a rua desliza sob meus dedos
o parafuso desparafusa
e cedo
volume
e a distância dá medo
o sonho morreu
e o perfume venceu
...
e tudo ficou negro
...
no cume de nós mesmos
...
by Solange Mazzeto
sábado, 20 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Ataque de pânico
Se você nunca teve um ataque de pânico, nunca fale pra uma pessoa que está tendo, 'que isso não é nada', “levanta e anda” só Jesus podia (pode) falar
Valentim Gentil –psiquiatra-
Valentim Gentil –psiquiatra-
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Outro dia... outra vida...
nos sonhos
desnudei
posei pra lua
me inebriei de vida
recebi o sol na face
me coloquei a existir
me vesti de amarelo pra saudar o sol
no rosário debulhei segredos
em saudade curvei os olhos
e sorri pra inocência lúdica
que fez flores pela minh'alma
soprei a dor,
e numa tarde, mostrei todo meu amor
by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
domingo, 14 de dezembro de 2008
Delírium
a alma ama esparramada
em berço de dor
contrita, irremediavelmente contrita
escureço e ardo
[re] vivo de lembranças embaçadas
na lente escura que dantes era rosa
o
ciclo foi rompido
o
calor adormecido
e
meu barco movido a suspiro
surripia o sopro que vem ... que vem...
texto by Solange Mazzetodesconheço a autoria da imagem
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Outros tempos
o coração embalado em mantas douradas
tece sonhos de felicidade
de recordações íntimas
que faz bordados em lençóis
de seda
o abraço, o perfume do pescoço
a âncora de desejos
a maciez da fala
tece tristezas emaranhadas, no laço
da solidão
a falta do romancear
da língua
que fazia o corpo delirar
já não tem o mesmo destino
já não percorre o mesmo caminho
...
outros tempos
...
texto by Solange Mazzeto
tece sonhos de felicidade
de recordações íntimas
que faz bordados em lençóis
de seda
o abraço, o perfume do pescoço
a âncora de desejos
a maciez da fala
tece tristezas emaranhadas, no laço
da solidão
a falta do romancear
da língua
que fazia o corpo delirar
já não tem o mesmo destino
já não percorre o mesmo caminho
...
outros tempos
...
texto by Solange Mazzeto
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Seus olhos
seus olhos como dois lagos sinistros
me abriram um caminho
entre a loucura e a glória
você [me] tendo na graça da vez
no som da vida
no perfume de toda hora
sexo, imensidão de nados
braços se misturando
numa viagem lúdica
risos vindo de tua boca
me caiam como manto
a vida rodou
minha saia subiu centímetros do chão
seus olhos disseram tudo
e tua voz ficou sem fim
[bem dentro de mim]
by Solange Mazzeto
imagem by Olhares
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Chá-de-menta
cinco horas da tarde
sexta –feira nebulosa
a tarde discorria entre estar e não estar
entre sentir e não [querer] sentir
um chá de menta da horta do quintal
bombeia o sangue
acalma o estômago
já dorido
o mundo lá fora é folhas ao vento
em mim, o mundo é [des] folhado
quase lamento...
texto by Solange Mazzetp
desconheço a autoria da imagem
AROMA
o foco de teus olhos
infinita busca
te ter
infinito sonho
permanecer
seu aroma em meu seio
prazer
o devaneio
florescer
lasciva vontade
que invade o silêncio
labaredas congeladas
reprisadas
alvorecer
tua voz mesmo no filme
daquele mudo
mudou a visão
mudou o contemplar
e por você
eu só queria
...
queria
...
[re] viver
...
texto e imagem by Solange Mazzeto
sábado, 22 de novembro de 2008
Coração
Um coração bem nutrido é, intuitivamente, doador e cheio de graça. Podemos alimentar nossos corações com a energia dos pensamentos positivos e dos sentimentos puros. Quando percebemos que somos almas eternas, seres de Consciência mais do que Matéria, e que nossa natureza é benevolente e sábia, o coração cresce. Quando lembramos, com amor, que somos a prole de um Pai eterno, uma fonte de verdade eterna, o coração transborda. Este é o grande presente que podemos oferecer a cada um e ao mundo.
Brahma Kumaris
Brahma Kumaris
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Cisma de amor
lisos campos de marfim
um vaso de barro
o tamanco solto ao pé
um sino de sol irradiando luz
a lembrança tua guarnecida no piso do assoalho
a colher guardada na gaveta
tua fragrância em minha nádega
tudo foi cisma e tudo foi amor
agora eu canto ao vento
as palavras represadas
te toco em alucinação
desmaio ao sabor do coração
[que falha sem escutar o teu]
by Solange Mazzeto
autoria da imagem by Willian Bouguereau
Vendo
o peito tinha... pelinhos
os ombros... largos
pernas boas...
um jeito de ‘o cara’
uma camisa aberta em um, dois, três botões
[ferve a mente de uma mulher]
o cabelo... sem muita definição
um andar de tigre
um cavanhaque [pouco]
e a voz?
de querer escutar mais
e tocando?
de saborear cada detalhe
a noite foi andando para as estrelas
o sol nascendo
e eu ali
...
vendo
by Solange Mazzeto
os ombros... largos
pernas boas...
um jeito de ‘o cara’
uma camisa aberta em um, dois, três botões
[ferve a mente de uma mulher]
o cabelo... sem muita definição
um andar de tigre
um cavanhaque [pouco]
e a voz?
de querer escutar mais
e tocando?
de saborear cada detalhe
a noite foi andando para as estrelas
o sol nascendo
e eu ali
...
vendo
by Solange Mazzeto
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Borra de Café
é a borra do café
dizendo ‘verdades’
embaralhados com vinho tinto
de um romance
que se mescla entre a saliva lúgubre
com o destino vil
é a borra dos fatos
da mentira
luxúria lasciva de antas estranhas
lata de lixo
prisão perpétua
corredor da morte
é a borra da sina
da calça riscada a giz
a fedentina da tina
o lavar do corpo [não] condiz
é a borra de café espalhada pelo chão
é o diabo comendo o pão do Cristo
a macumba no mar sem cisco
a chuva que cai de olhos [insisto]
é a borra do chá
que mata um leão ao dia
é a mente que divaga
e faz crochê
pra ninguém ver...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
terça-feira, 11 de novembro de 2008
É necessário
é necessário amar com os olhos fechados
o coração meio drogado
com a alma translúcida
e com a boca a dizer
...
todo tipo de tolices...
de toda ordem, de todo grau
de toda fantasia
...
é necessário conhecer poesia
cantar uma melodia
sentar no banco do jardim
...
é necessário olhar a lua
e fluir entre as janelas que descortinam à vista
lembrar de contos antigos
iluminar o outro com um sorriso
...
é necessário
relembrar fatos passados
corrigir a cisma
retomar a alegria
...
é necessário ser útil no mundo
não igual
nunca igual
mas meio que [in]diferente, meio que distante
... do ontem...
é necessário... então amar...
by Solange Mazzeto
o coração meio drogado
com a alma translúcida
e com a boca a dizer
...
todo tipo de tolices...
de toda ordem, de todo grau
de toda fantasia
...
é necessário conhecer poesia
cantar uma melodia
sentar no banco do jardim
...
é necessário olhar a lua
e fluir entre as janelas que descortinam à vista
lembrar de contos antigos
iluminar o outro com um sorriso
...
é necessário
relembrar fatos passados
corrigir a cisma
retomar a alegria
...
é necessário ser útil no mundo
não igual
nunca igual
mas meio que [in]diferente, meio que distante
... do ontem...
é necessário... então amar...
by Solange Mazzeto
Da dor
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Amor Eternum
amo vivenciar a arte em cima de um tablado
amo...
amar e odiar no palco
ser a doce e a megera
ser a fada lírica dos devaneios
e ser a libidinosa mulher purulenta
amo ter um coração que bate forte quando o som estridente da campanhia urge
e me deleito ao burburinho das 'borboletas' sorridentes
que se mesclam irradiando cores no coração de cada gente
amo acompanhar o respeito de cada olho
que me olha atento
que me segue o passo e o lamento
e que ri, embalada ao som do vento
que minhas falas provocam no sangue vesgo de tanta gente
amo o teatro, porque ele tem a vida que brota do artista
e de boca aberta, vibro com a luz que sai da platéia
amo estar viva pra poder ser atriz
e ouvir lá dentro o som das palmas
que é tão somente a troca mágica de seres que querem sempre a mesma coisa
...
a m a r
texto by Solange Mazzeto
imagem by Roger Spock [eu na peça Obra do Lixo, de Alzira Andrade e Mauro H. Toledo]
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Seus olhos
seus olhos como dois lagos sinistros
me abriram um caminho
entre a loucura e a glória
você [me] tendo na graça da vez
no som da vida
no perfume de toda hora
sexo, imensidão de nados
braços se misturando
numa viagem lúdica
risos vindo de tua boca
me caiam como manto
a vida rodou
minha saia subiu centímetros do chão
seus olhos disseram tudo
e tua voz ficou sem fim
[bem dentro de mim]
by Solange Mazzeto
me abriram um caminho
entre a loucura e a glória
você [me] tendo na graça da vez
no som da vida
no perfume de toda hora
sexo, imensidão de nados
braços se misturando
numa viagem lúdica
risos vindo de tua boca
me caiam como manto
a vida rodou
minha saia subiu centímetros do chão
seus olhos disseram tudo
e tua voz ficou sem fim
[bem dentro de mim]
by Solange Mazzeto
sábado, 1 de novembro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Dor [es]
dias de flores num inverno que se foi, num ano que acabou não sendo mágico como me foi prometido
a desilusão esbarrou na ferida que ainda aberta, dói
a terra! eu queria que a terra me cobrisse, me engolindo
me perdi de minha alma, que gritando ficou no vácuo, na dor da deformidade...
meus passos ficaram doentes, minhas lentes cor -de – rosa se quebraram e minha asa onde eu apoiava seu coração, enegreceu
foi um mês que sofri, foram dias e noites que não comi
só vegetei
só testemunhei minha ruína em meio à dores
enquanto sua mente me perseguia em sonhos
meu corpo gelada em lavas
sua falta me feriu o cérebro, me feriu a carne
sua promessa em ‘me fazer feliz’, falhou
sua mente entorpecida me afundou
a dor que você me causou, teve estragos em tragos de poesia
agora sou... um sopro de vida que reage
que ruge
que [te] enxerga
lúgubre
...
escrito by Solange Mazzeto
imagem by Mandy Mendes
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Me [en] encanta
o que mais me encanta
é o poder da lembrança pairado no ar
me encanta ter asas no meu sonho
ter um olhar vagabundo
me encanta brincar na corda bamba que deixa minhas pernas bambas
me encanta a pele com pele
a saliva de tua língua
o doce do prazer
você me delira, e delirando me [en]canta a vida
seu sorriso brota de minha memória viva
poeta é imaginativo
e eu sou imaginativa
...
imagem by Solange Mazzeto
Início Depois Do Fim - Frejat -
Início Depois Do Fim
Frejat
Composição: Indisponível
Eu já fechei todas as portas
Arquivos, gavetas
Eu já fechei todas as malas
As contas, os dias
Fechei os olhos, a boca
Fechei a cara, o corpo
Fechado no escuro do quarto
O início depois do fim
O que não cabe mais em mim
É bom você saber
Agora é pra valer
O início depois do fim
O início depois do fim
Estou fechado para reformas
Obras, mudanças
O abraço eu tentei,
O beijo eu nem sei
Os braços, as pernas,
As mãos e o meu coração
Fechado no escuro do quarto
O início depois do fim
O que não cabe mais em mim
É bom você saber
Agora é pra valer
O início depois do fim
O início depois do fim
Eu já fechei todas as portas
Arquivos, gavetas
Eu já fechei todas as malas
As contas, os dias
O que não cabe mais em mim
É bom você saber
Agora é pra valer
O que não cabe mais em mim
(O que não cabe mais em mim)
É bom você saber
Agora é pra valer
O início depois do fim
O início depois do fim
Flores do Mal - Frejat -
Flores do Mal
Frejat
Composição: Frejat / Guto Goffi
Não me atire no mar de solidão
Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos
Não me retalhe em escândalos
Nem tão pouco cobre o perdão
Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão
Que acabou feito um sonho
Foi o meu inferno, foi o meu descanso
A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva
Faz do amor uma história triste
O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal
Huummm....
Não me atire no mar de solidão
Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos
Não me retalhe em escândalos
Nem tão pouco cobre o perdão
Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão
Não me esqueça por tão pouco
Nem diga adeus por engano
Mas é sempre assim
A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva
Faz do amor uma história triste
O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Somos apenas o movimento
"Somos apenas o movimento
somos muito mais do que pensamos
sem nunca ser jamais o que criamos
mudamos
e o que muda
sempre nada é, apenas passa, por isso somos passantes, caminheiros, errantes no rumo da evolução
incertos do caminho, desconhecedores do destino, do amanhã, do então...
por isso, fique agora com o que é. Fique com você, fica com o que está, sabendo que tudo muda, que tudo vai modificar
assim seja, apenas aquele que contempla, que olha na janela da consciência e da lucidez e vê as coisas passando... nesse deixar passar, nesse deixar ser, nesse deixar sentir reside a energia da vida, a liberdade de existir, de ser livre, completamente livre..."
by Calunga
somos muito mais do que pensamos
sem nunca ser jamais o que criamos
mudamos
e o que muda
sempre nada é, apenas passa, por isso somos passantes, caminheiros, errantes no rumo da evolução
incertos do caminho, desconhecedores do destino, do amanhã, do então...
por isso, fique agora com o que é. Fique com você, fica com o que está, sabendo que tudo muda, que tudo vai modificar
assim seja, apenas aquele que contempla, que olha na janela da consciência e da lucidez e vê as coisas passando... nesse deixar passar, nesse deixar ser, nesse deixar sentir reside a energia da vida, a liberdade de existir, de ser livre, completamente livre..."
by Calunga
domingo, 19 de outubro de 2008
Essa Tal de mentira
Essa Tal de mentira
Sérgio Sampaio
Composição: Sérgio Sampaio
A quanta dor que me causa essa tal de mentira
E o pior de disso tudo é que sempre me inspira. . .
A dor de ser enganado me rouba, me tira
O chão de baixo dos pés
Fico que nem os papéis,
No meio da tempestade com a alma partida
Dando com o corpo nas grades da cela da vida
Como num mar de paixão
Náufrago que estende a mão
Agarro o meu violão
E canto uma canção. . .
Eu que em principio acredito em tudo o que me dizem
Basta um olhar mais sincero, um sorriso mais simples
E que em materia de amor, sou aquele que vive
Na mais completa emoção
O corpo é só coração
Pra de repente acordar como um cego sem guia
Tendo na cama ao meu lado uma alma tão fria
De novo recomeçar
Outra vez acreditar
compor, escrever, cantar. . .
Pôr música no ar
Música no ar
Música no ar
Música no ar
Sérgio Sampaio
Composição: Sérgio Sampaio
A quanta dor que me causa essa tal de mentira
E o pior de disso tudo é que sempre me inspira. . .
A dor de ser enganado me rouba, me tira
O chão de baixo dos pés
Fico que nem os papéis,
No meio da tempestade com a alma partida
Dando com o corpo nas grades da cela da vida
Como num mar de paixão
Náufrago que estende a mão
Agarro o meu violão
E canto uma canção. . .
Eu que em principio acredito em tudo o que me dizem
Basta um olhar mais sincero, um sorriso mais simples
E que em materia de amor, sou aquele que vive
Na mais completa emoção
O corpo é só coração
Pra de repente acordar como um cego sem guia
Tendo na cama ao meu lado uma alma tão fria
De novo recomeçar
Outra vez acreditar
compor, escrever, cantar. . .
Pôr música no ar
Música no ar
Música no ar
Música no ar
Essa Tal de mentira
Essa Tal de mentira
Sérgio Sampaio
Composição: Sérgio Sampaio
A quanta dor que me causa essa tal de mentira
E o pior de disso tudo é que sempre me inspira. . .
A dor de ser enganado me rouba, me tira
O chão de baixo dos pés
Fico que nem os papéis,
No meio da tempestade com a alma partida
Dando com o corpo nas grades da cela da vida
Como num mar de paixão
Náufrago que estende a mão
Agarro o meu violão
E canto uma canção. . .
Eu que em principio acredito em tudo o que me dizem
Basta um olhar mais sincero, um sorriso mais simples
E que em materia de amor, sou aquele que vive
Na mais completa emoção
O corpo é só coração
Pra de repente acordar como um cego sem guia
Tendo na cama ao meu lado uma alma tão fria
De novo recomeçar
Outra vez acreditar
compor, escrever, cantar. . .
Pôr música no ar
Música no ar
Música no ar
Música no ar
Sérgio Sampaio
Composição: Sérgio Sampaio
A quanta dor que me causa essa tal de mentira
E o pior de disso tudo é que sempre me inspira. . .
A dor de ser enganado me rouba, me tira
O chão de baixo dos pés
Fico que nem os papéis,
No meio da tempestade com a alma partida
Dando com o corpo nas grades da cela da vida
Como num mar de paixão
Náufrago que estende a mão
Agarro o meu violão
E canto uma canção. . .
Eu que em principio acredito em tudo o que me dizem
Basta um olhar mais sincero, um sorriso mais simples
E que em materia de amor, sou aquele que vive
Na mais completa emoção
O corpo é só coração
Pra de repente acordar como um cego sem guia
Tendo na cama ao meu lado uma alma tão fria
De novo recomeçar
Outra vez acreditar
compor, escrever, cantar. . .
Pôr música no ar
Música no ar
Música no ar
Música no ar
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Resto
resto da réstia na fita
o olhar doce traduz alento
de meu peito brota paz
será? que ainda brota paz?
um músculo duro me retrai e caio em ânsias vazias no meu leito
choro uma dor que me devora e ri de meu caos
a natureza é morta e fria
carrego a flor embolorada de seus risos
estampo-me em frente a máquina de café
e meu riso é pó
o breu te consome agora e teu riso é frouxo e louro
vasculha teu íntimo de mansinho
como gostas de fazer em tua costumeira lerdeza
parece-me triste [os seus olhos ]
me custa crer que em seu queixo tem a sombra que tanto lhe pedi
de resto tudo é escuro...
o olhar doce traduz alento
de meu peito brota paz
será? que ainda brota paz?
um músculo duro me retrai e caio em ânsias vazias no meu leito
choro uma dor que me devora e ri de meu caos
a natureza é morta e fria
carrego a flor embolorada de seus risos
estampo-me em frente a máquina de café
e meu riso é pó
o breu te consome agora e teu riso é frouxo e louro
vasculha teu íntimo de mansinho
como gostas de fazer em tua costumeira lerdeza
parece-me triste [os seus olhos ]
me custa crer que em seu queixo tem a sombra que tanto lhe pedi
de resto tudo é escuro...
texto by Solange Mazzeto
imagem: Marilia Campos
Adiante
e segui adiante, porque era o único modo de continuar vivendo, mas eu queria mais, queria o amor tão desejado, tão poetizado e profanado, e fui entrando mais no mar que me chamava...
o sal me cheirava bem, me dava ânimo pra sorrir, o sol atingia cada fibra de minhas células e permiti que seu fogo me alastrasse, alardeando a chegada do clímax
algas iam e viam agarrando meus finos tornozelos, e a espuma do mar me lambia a esmo...
eu não era mais o espectro esquecido, era de novo um ser vivo, sentindo cada passo, vendo cada azul do céu, permitindo ser assim, o paraíso, que sou sem fim...
o sal me cheirava bem, me dava ânimo pra sorrir, o sol atingia cada fibra de minhas células e permiti que seu fogo me alastrasse, alardeando a chegada do clímax
algas iam e viam agarrando meus finos tornozelos, e a espuma do mar me lambia a esmo...
eu não era mais o espectro esquecido, era de novo um ser vivo, sentindo cada passo, vendo cada azul do céu, permitindo ser assim, o paraíso, que sou sem fim...
texto by Solange Mazzeto
imagem: desconheço a autoria
domingo, 12 de outubro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Tão somente
amanheci só, debulhei-me
sorri de um jeito só meu, espreguicei-me em meio aos panos
jogando com as pernas a coberta pesada da noite
no pote de mel, curvei-me...
subi louca ao céu que da boca me presenteava com estalos da língua
tão somente me senti menina
com o brilho que me chama de... mulher
sorri de um jeito só meu, espreguicei-me em meio aos panos
jogando com as pernas a coberta pesada da noite
no pote de mel, curvei-me...
subi louca ao céu que da boca me presenteava com estalos da língua
tão somente me senti menina
com o brilho que me chama de... mulher
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Mário Quintana
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Mário Quintana in Baú de Espantos, pág. 73.
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Mário Quintana in Baú de Espantos, pág. 73.
desconheço a autoria da imagem
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
O ator de teatro dito por mim
Ser atriz não é a coisa mais simples do mundo, mas é a coisa mais simples pra mim, amo estar no palco, sentir a 'pulsação' da pláteia, o respirar, a emoção do depois... ver 'olhinhos' arregalados, assustados, deslumbrados, não só pelo ator-atriz, mas por 'se ver' ali naqueles personagens, não que no cinema ou na TV o público não se veja, mas no palco, é mais cru, mais nu...
Teve uma vez que fiz uma mãe, e quando acabei a peça, já indo embora, um cara de uns 30 anos mais ou menos, me disse:
"Obrigado viu! Eu vi em você a minha mãe que já se foi, ela fazia como você fez em cena... 'você tá levando remédio? você comeu direitinho, vc isso, vc aquilo?' e sabe? Eu não entendia isso nela, mas sinto tanta falta disso e hoje vendo vc ali em cena e 'vendo' ela, me fez muito bem, é como se ela tivesse voltado um pouquinho pra mim, obrigado viu!
É!!! Existem lindas profissões, sei que sim, mas essa de atriz-ator, é mágica demais pra não ser muito, mas muitoooo bela...
obrigada viu Deus!
Solange Mazzeto
O ar não vem
respira, respira... cadê o ar?
que me fazia sorrir?
que brincava comigo?
sumiu? não, está ai em algum lugar, fazendo outra sorrir, respirar...
by Solange Mazzeto
que me fazia sorrir?
que brincava comigo?
sumiu? não, está ai em algum lugar, fazendo outra sorrir, respirar...
by Solange Mazzeto
sábado, 20 de setembro de 2008
Você
Os olhos na noite transmitiram gula
Alegria
Força
Brandura
Suas mãos na noite eletrizaram minha pele
O toque dos joelhos assim meio 'sem querer'
Foi... bom, foi... bom
A boca tão perto
O olhar ao espelho, a face pertinho
A vontade...
O abraço seguro
Dando-me sensações amplas...
Falando sério, falando bravo, falando sorrindo
Cantando com entusiasmo
Madrugada voa
De manhã os olhos
Que na noite
Faltou o reparo
do esverdeado tom
que me lembra gato
gato-poeta
o és
...
poema by Solange Mazzeto
Alegria
Força
Brandura
Suas mãos na noite eletrizaram minha pele
O toque dos joelhos assim meio 'sem querer'
Foi... bom, foi... bom
A boca tão perto
O olhar ao espelho, a face pertinho
A vontade...
O abraço seguro
Dando-me sensações amplas...
Falando sério, falando bravo, falando sorrindo
Cantando com entusiasmo
Madrugada voa
De manhã os olhos
Que na noite
Faltou o reparo
do esverdeado tom
que me lembra gato
gato-poeta
o és
...
poema by Solange Mazzeto
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Seria saudade se o sonho fosse dormir
de olhos abertos, assisto o meu passar, rabisco uma flor com boca, olhos e cílios longos a me olhar
faço corações de par em par
desenho cubos, uma folha [voando ao ar], uma árvore com maçãs, a casinha com chaminé e o...
... caminho de pedriscos coloridos, a cortina de poás...
...seria saudade se o sonho fosse dormir...
texto by Solange Mazzeto
faço corações de par em par
desenho cubos, uma folha [voando ao ar], uma árvore com maçãs, a casinha com chaminé e o...
... caminho de pedriscos coloridos, a cortina de poás...
...seria saudade se o sonho fosse dormir...
texto by Solange Mazzeto
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Na beira
o vislumbre da morte é inexplicável e explicável
é onde percebemos a fragilidade
olhamos além do umbigo [próprio]
é onde nos ‘misturamos’ e enxergamos o quão semelhantes somos...
queremos coisas e pessoas
queremos ser notados, ouvidos, vistos...
queremos que o que falemos seja compreendido
e não manipulado e não subvertido
e não ‘julgado’, e não comparado
queremos ser nós, só nós...
o vislumbre da morte, seja qual for essa morte
é benção
São Francisco se referia à morte... como irmã, ele falava “Bendita sejas irmã morte!”
é bendita sejas...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
sábado, 6 de setembro de 2008
Solidariedade
Solidariedade
Ando tomando buzão em Sampa, porque volto tarde da noite, cansada, com fome e então, sem condições de dirigir, ainda mais sozinha e pelo centrão da grande metrópole paulista, pois bem, eu não gosto de andar de buzão, pelo cheiro que tem de diesel, querosene e às vezes, o ‘perfume’ do povo...
dias desses uma amiga me disse: você pensa o que, o povo sai de manhã, rala o dia todo e fede, não tem jeito!
ué, tem jeito sim sabe, de lavar o rosto, de passar um sabão na axila, eu faço isso, quando fico o dia todo ralando no ensaio, ora! e em qualquer banheiro, tendo água e sabão, tá feito!
bom, discussão a parte, vou ao que interessa na questão de solidariedade.
Ontem, já era tarde da noite e lá estava eu num desses terminais de buzão, esperando na fila [enorme] o bendito chegar, então, chegou um mocinho de uns 20 anos mais ou menos e disse eita que fila grande, será que eu vou sentar?
--- ah, vai sim, porque esse ônibus que vem, é daqueles grandões e sanfonados, vai ter lugar sim pra você
--- é né, tomara, porque tô cansado corri desde o metro pra poder pegar esse ônibus e ir sentado
--- é voce vai conseguir sim
--- Tô com fome! [ele disse]
--- eu também estou
---- eu nem almocei hoje, o menino me disse
---- credo, como você agüenta?
ele deu de ombros --- Ué agüentando
eu ali né, com fome também, mas eu tinha almoçado e comido um lanche, afff!
bom, o buzão, chega e lá vamos nós
e o cobrador não estava ali, então parei e falei:
--- pode passar que tenho que esperar o cobrador, acho que saiu pra ir ao banheiro
--- o mocinho, passou o bilhete e falou
--- pode ir, imagina esperar o cobrador e não sentar!
quando fui dar o dinheiro da passagem, ele quase não pegou, mas eu com o olhar insisti
isso me emocionou, porque isso se chama S O L I D A R I E D A D E
o mocinho mal tinha grana pra ele comer, mas não quis me deixar esperando o cobrador, e com isso, ia passar muita gente na minha frente, enfim, vivências assim me fazem sentir que o mundo ainda tem jeito né não?!
texto by Solange Mazzeto
Ando tomando buzão em Sampa, porque volto tarde da noite, cansada, com fome e então, sem condições de dirigir, ainda mais sozinha e pelo centrão da grande metrópole paulista, pois bem, eu não gosto de andar de buzão, pelo cheiro que tem de diesel, querosene e às vezes, o ‘perfume’ do povo...
dias desses uma amiga me disse: você pensa o que, o povo sai de manhã, rala o dia todo e fede, não tem jeito!
ué, tem jeito sim sabe, de lavar o rosto, de passar um sabão na axila, eu faço isso, quando fico o dia todo ralando no ensaio, ora! e em qualquer banheiro, tendo água e sabão, tá feito!
bom, discussão a parte, vou ao que interessa na questão de solidariedade.
Ontem, já era tarde da noite e lá estava eu num desses terminais de buzão, esperando na fila [enorme] o bendito chegar, então, chegou um mocinho de uns 20 anos mais ou menos e disse eita que fila grande, será que eu vou sentar?
--- ah, vai sim, porque esse ônibus que vem, é daqueles grandões e sanfonados, vai ter lugar sim pra você
--- é né, tomara, porque tô cansado corri desde o metro pra poder pegar esse ônibus e ir sentado
--- é voce vai conseguir sim
--- Tô com fome! [ele disse]
--- eu também estou
---- eu nem almocei hoje, o menino me disse
---- credo, como você agüenta?
ele deu de ombros --- Ué agüentando
eu ali né, com fome também, mas eu tinha almoçado e comido um lanche, afff!
bom, o buzão, chega e lá vamos nós
e o cobrador não estava ali, então parei e falei:
--- pode passar que tenho que esperar o cobrador, acho que saiu pra ir ao banheiro
--- o mocinho, passou o bilhete e falou
--- pode ir, imagina esperar o cobrador e não sentar!
quando fui dar o dinheiro da passagem, ele quase não pegou, mas eu com o olhar insisti
isso me emocionou, porque isso se chama S O L I D A R I E D A D E
o mocinho mal tinha grana pra ele comer, mas não quis me deixar esperando o cobrador, e com isso, ia passar muita gente na minha frente, enfim, vivências assim me fazem sentir que o mundo ainda tem jeito né não?!
texto by Solange Mazzeto
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Vestida de fita
O som da voz...
era um som divertido, carismático e um pouco tímido, a bebida ajudava a liberar o lado vespertino, a embriaguez realçava a lucidez do olhar que passeava por mim, era o som, o som dele na minha nuca, a sensatez que fugiu de mim feito louca, era a boca dele, o hálito quente, me entorpecendo...
era divertido vê-lo caminhar até mim, com aquele jeito do Sapo, do Mappet Show, era um..dois... quase três ‘passos bandidos’, parecia meio vacilante ao andar, mas era só o trejeito de quem sabe ronronar...
quando olho a foto que tenho, em nossa intimidade, em minha casa, penso, repenso, mas não nutro mais nada, ele não está mais em minhas oscilações de humor, e não está mais no meu pão matinal, e muito menos está em minhas orações
mal nenhum quero à ele, mas o quero no meu limbo particular, onde sua voz e sua imagem, some, some, some...
era divertido vê-lo caminhar até mim, com aquele jeito do Sapo, do Mappet Show, era um..dois... quase três ‘passos bandidos’, parecia meio vacilante ao andar, mas era só o trejeito de quem sabe ronronar...
quando olho a foto que tenho, em nossa intimidade, em minha casa, penso, repenso, mas não nutro mais nada, ele não está mais em minhas oscilações de humor, e não está mais no meu pão matinal, e muito menos está em minhas orações
mal nenhum quero à ele, mas o quero no meu limbo particular, onde sua voz e sua imagem, some, some, some...
foto e texto by Solange Mazzeto
Uma saudade quase neutra
era uma saudade sólida, dura, sem encanto
era uma saudade, quase ‘nada mais...’
uma sofreguidão que se extingue, esmiuçando o paladar
era como se a saudade dele, não mais existisse e começasse a brotar de mim um novo olhar
um olhar firme de filme, onde a mocinha é brava a toda prova
... onde a mocinha não tem tempo de chorar...
era uma saudade, quase ‘nada mais...’
uma sofreguidão que se extingue, esmiuçando o paladar
era como se a saudade dele, não mais existisse e começasse a brotar de mim um novo olhar
um olhar firme de filme, onde a mocinha é brava a toda prova
... onde a mocinha não tem tempo de chorar...
imagem e texto by Solange Mazzeto
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Quero
eu quero o prazer de me dar em baldes
de sussurrar verdades
de dizer ‘talvez’
quero a necessidade do pólen
a embriaguez do olhar
no pote de mel
eu quero a imensidão do mar
me permitir voar
e serenar também
quero goles teus
bailando junto as minhas entranhas
eu quero a voracidade, junto a lucidez
que você me traz...
de sussurrar verdades
de dizer ‘talvez’
quero a necessidade do pólen
a embriaguez do olhar
no pote de mel
eu quero a imensidão do mar
me permitir voar
e serenar também
quero goles teus
bailando junto as minhas entranhas
eu quero a voracidade, junto a lucidez
que você me traz...
escrita by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
domingo, 31 de agosto de 2008
Antes do 'glamour'
houve estudos, pra ‘vender o peixe’, reuniões estafantes,
momentos de entrega total pra criar, houve esquizofrenia, ‘latidos agudos’,
zonzeiras, fome, sede, teve momentos de segurar muito o xixi...
houve zoeira, risos absurdos e lágrimas escondidas
e o ator AINDA ouve quando está indo pros ensaios, ‘bom divertimento’, até mesmo dos ‘cultos’
ensaiar uma peça, requer preparo mental, intelectual e físico
o ator se diverte porque faz com o máximo de prazer, é orgástico o palco
é delicioso? muito!!!
mas 'glamour', 'glamour' mesmo...
só na hora dos aplausos... é onde o ator se permite ‘derreter’ e apreciar seu público
é onde o ator sente dentro do peito a felicidade de ainda nessa Terra, fazer o teatro vivo
sem ‘cortes técnicos’ ...
isso é teatro... isso é amor doado e escancarado...
by Solange Mazzeto
momentos de entrega total pra criar, houve esquizofrenia, ‘latidos agudos’,
zonzeiras, fome, sede, teve momentos de segurar muito o xixi...
houve zoeira, risos absurdos e lágrimas escondidas
e o ator AINDA ouve quando está indo pros ensaios, ‘bom divertimento’, até mesmo dos ‘cultos’
ensaiar uma peça, requer preparo mental, intelectual e físico
o ator se diverte porque faz com o máximo de prazer, é orgástico o palco
é delicioso? muito!!!
mas 'glamour', 'glamour' mesmo...
só na hora dos aplausos... é onde o ator se permite ‘derreter’ e apreciar seu público
é onde o ator sente dentro do peito a felicidade de ainda nessa Terra, fazer o teatro vivo
sem ‘cortes técnicos’ ...
isso é teatro... isso é amor doado e escancarado...
by Solange Mazzeto
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Dias de voar
quantos segredos esparramo
a relva me banha no orvalho
suaves os pés bailam
um misto de alegria nos lábios
mistério nos cílios
fecho as pálpebras
bato
as asas...
texto by Solange Mazzeto
a relva me banha no orvalho
suaves os pés bailam
um misto de alegria nos lábios
mistério nos cílios
fecho as pálpebras
bato
as asas...
texto by Solange Mazzeto
sábado, 23 de agosto de 2008
O meu amor, o Palco
amo o cheiro que o palco tem... quando chego, peço permissão para entrar e faço o sinal da cruz, colocando os dedos no tablado, é meu sacerdócio , creio que ator que ama o que faz, é sacerdote, pois não é um ofício simples, temos que abdicar de nós mesmos pra 'ser' [a personagem], não importa quantos erros ela tenha de personalidade, ela é nossa persona e nossa responsabilidade enquanto estivermos com ela no palco, depois a deixamos e vamos pra casa, quando voltamos, ela está a nossa espera, querendo-nos... é nossa 'criança'
texto by Solange Mazzeto
imagem by Márcia Santos
domingo, 17 de agosto de 2008
Ervas frescas
adoro cheirá-las
uma menta pro chá, o alecrim pra abençoar
plantas são estrelas na terra, morangos na cidade grande, colhê-los, levar a boca e saborear...
paixão, tenho paixão por ervas frescas, inebria o paladar, preparar uma maminha com um bouquet de ervas frescas não tem nada igual, e acompanhada de umas batatas coradas, hum... aumenta o paladar...
e marinar uns tomates com manjericão roxo e tomilho e uma bela folha de louro? delícia das delícias
e além do mais, colocando ervas frescas no alimento, você está ingerindo saúde, por exemplo, o tomilho inibe a gordura da carne, o louro auxilia na digestão, facilita pra caramba, se você se excede na comilança, tome um chá de folha de louro, não forte, chás não podem ser fortes, chá é quem nem carinho, tem que ser levezinho, e sem açúcar pro efeito das ervas serem mais aproveitados
Bom, eu tenho paixão por coisas assim, eu sinto necessidade de me aproximar da terra, com ou sem espaço, recomendo o plantio de ervas, comece com a cebolinha, aquela mesmo que você compra na feira, ela vem com raiz, plante num vasinho, coloque próxima a sua janela e veja a maravilha que é o primeiro broto, lembra quando no colégio colocávamos o feijão pra brotar? num chumaço de algodão? que sensação boa de plenitude sentíamos? é daí... pra mais, o cultivo de ervas frescas...
ah e uma dica, se fizer uma horta, coloque entre as mudas, cravos, pois as pragas irão para eles e não atacarão suas ervas, será por isso que se chama cravo-de-defunto?
uma menta pro chá, o alecrim pra abençoar
plantas são estrelas na terra, morangos na cidade grande, colhê-los, levar a boca e saborear...
paixão, tenho paixão por ervas frescas, inebria o paladar, preparar uma maminha com um bouquet de ervas frescas não tem nada igual, e acompanhada de umas batatas coradas, hum... aumenta o paladar...
e marinar uns tomates com manjericão roxo e tomilho e uma bela folha de louro? delícia das delícias
e além do mais, colocando ervas frescas no alimento, você está ingerindo saúde, por exemplo, o tomilho inibe a gordura da carne, o louro auxilia na digestão, facilita pra caramba, se você se excede na comilança, tome um chá de folha de louro, não forte, chás não podem ser fortes, chá é quem nem carinho, tem que ser levezinho, e sem açúcar pro efeito das ervas serem mais aproveitados
Bom, eu tenho paixão por coisas assim, eu sinto necessidade de me aproximar da terra, com ou sem espaço, recomendo o plantio de ervas, comece com a cebolinha, aquela mesmo que você compra na feira, ela vem com raiz, plante num vasinho, coloque próxima a sua janela e veja a maravilha que é o primeiro broto, lembra quando no colégio colocávamos o feijão pra brotar? num chumaço de algodão? que sensação boa de plenitude sentíamos? é daí... pra mais, o cultivo de ervas frescas...
ah e uma dica, se fizer uma horta, coloque entre as mudas, cravos, pois as pragas irão para eles e não atacarão suas ervas, será por isso que se chama cravo-de-defunto?
by Solange Mazzeto [imagem e texto]
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Disco de vinil
há de ter espaço pra eles
os discos antigos, antiguidade na parede
um meio do ‘antes’ pro agora
um pedaço de vinil, um plástico que deforma
como a vida enruga, faz rusgas
pedaços do tempo num redondo preto com um centro estreito
esparramo todos no meu leito
gozo momentos de solidão com vozes do além
que vem em goles frescos, de instantes de dois corpos
luto pela saúde que me foge
a música me ouve, ouço a música que me envolve
engole
abro as pernas, sonho
estico a fala
a língua ronda...
testemunhas de um fato, os olhos fervem e se fecham... na cisma do sonho que fecha a ferida
ainda...
os discos antigos, antiguidade na parede
um meio do ‘antes’ pro agora
um pedaço de vinil, um plástico que deforma
como a vida enruga, faz rusgas
pedaços do tempo num redondo preto com um centro estreito
esparramo todos no meu leito
gozo momentos de solidão com vozes do além
que vem em goles frescos, de instantes de dois corpos
luto pela saúde que me foge
a música me ouve, ouço a música que me envolve
engole
abro as pernas, sonho
estico a fala
a língua ronda...
testemunhas de um fato, os olhos fervem e se fecham... na cisma do sonho que fecha a ferida
ainda...
... ainda tem o rosa, ainda tem o tênis all star
ainda tem o brilho do olhar, no olhar... ainda tem disco de vinil a tocar, trilhar...
ainda tem o brilho do olhar, no olhar... ainda tem disco de vinil a tocar, trilhar...
ainda...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
O espaço dos braços
Há dias nebulosos, a vida rema mansa, o agasalho não esquenta, a torta sobre a mesa esfria a cabeça, na garganta um nó desmedido, rasga a dor em dois, em mil, o espinho enrosca e é só tristeza... Do que foi, do que não foi, do que virá, do que terá...
Todo dia é desafio. Pro que vem pro que provem.
Atitudes fundamentais, tomar um porre, argumentar, esvaziar a cabeça, sentir-se um balão rodando, rodando...
Um dia qualquer, numa praça qualquer, um tiro, um desaforo, uma mão... A boca que pronuncia, anuncia, pronuncia correta, a mão que vem a boca, correta...
Dias de sol sempre existirão em nós, mesmo que ponhamos óculos escuros permanentes...
O sol penetra, esquenta, dá vida, faz a flor mover no espaço, o espaço dos braços agiganta o espaço da língua, espanta o espaço no coração, inebria a voz que balbucia o novo, esvoaça como brisa leve e varre a agonia, que berrante jorra a cabeleira na clareira e bóia...
Todo dia é desafio. Pro que vem pro que provem.
Atitudes fundamentais, tomar um porre, argumentar, esvaziar a cabeça, sentir-se um balão rodando, rodando...
Um dia qualquer, numa praça qualquer, um tiro, um desaforo, uma mão... A boca que pronuncia, anuncia, pronuncia correta, a mão que vem a boca, correta...
Dias de sol sempre existirão em nós, mesmo que ponhamos óculos escuros permanentes...
O sol penetra, esquenta, dá vida, faz a flor mover no espaço, o espaço dos braços agiganta o espaço da língua, espanta o espaço no coração, inebria a voz que balbucia o novo, esvoaça como brisa leve e varre a agonia, que berrante jorra a cabeleira na clareira e bóia...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
O sim ... o não
o sim e o não
afirmação e negação
certeza obsoleta
borboletas todas na mesa
oblíquos olhos
verde esperança
barcos a vela
Veneza
máscaras faciais
banais
friccionais
tudo é desejo na roda da saia
no sapato escovado
no gel da cabeça
toda certeza é negada, abalada
quando a fita da vida se esvai
o sangue jorra impiedoso
o prato ainda na mesa, a colher no espaço
bulas, remédios, distâncias...
um espaço na sobrancelha
criança
e tudo se refaz
a roda gigante gira
a salada volta a mesa
o colo conforta o corpo
e a vida reluz em dobro
exto by Solange Mazzeto
afirmação e negação
certeza obsoleta
borboletas todas na mesa
oblíquos olhos
verde esperança
barcos a vela
Veneza
máscaras faciais
banais
friccionais
tudo é desejo na roda da saia
no sapato escovado
no gel da cabeça
toda certeza é negada, abalada
quando a fita da vida se esvai
o sangue jorra impiedoso
o prato ainda na mesa, a colher no espaço
bulas, remédios, distâncias...
um espaço na sobrancelha
criança
e tudo se refaz
a roda gigante gira
a salada volta a mesa
o colo conforta o corpo
e a vida reluz em dobro
exto by Solange Mazzeto
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Mistura
misturei-me em meio ermos
sentei-me na vastidão do mundo
busquei-te e o trouxe pra luz
que advinha da lua creme
teus gestos fez-me carinho
tua voz enlouqueceu minha paz
de teu corpo extrai o perfume
que a vida não prostitui
bufei e chorei teu luto
no pano que a vida me deu
em chitas vermelhas curvei a fronte
me expus...
agora sou passarinho contente
feliz com o ato da asa
que voa com a liberdade
sem mácula, sem nome... sem retrato
by Sole Mazzeto
sentei-me na vastidão do mundo
busquei-te e o trouxe pra luz
que advinha da lua creme
teus gestos fez-me carinho
tua voz enlouqueceu minha paz
de teu corpo extrai o perfume
que a vida não prostitui
bufei e chorei teu luto
no pano que a vida me deu
em chitas vermelhas curvei a fronte
me expus...
agora sou passarinho contente
feliz com o ato da asa
que voa com a liberdade
sem mácula, sem nome... sem retrato
by Sole Mazzeto
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Muito simples
Acordar e sair da cama sem ajuda, levantar as pernas, correr pro banheiro fazer xixi, lavar o rosto com água fresca e limpa, sussurrar um “oi” pra imagem [você] no espelho, escovar bem os dentes que estavam dormindo, massagear a gengiva com os dedos...
Dizer ‘que dia feliz’, abrir os braços pro sol, sorrir mesmo que seja na marra que aí desata o nó e sai a amargura, a tristeza de ‘mais um dia’...
Agradecer por respirar, sem a ajuda de aparelhos, sentir o pulmão pulsar, o sangue brilhar.
Sentir o cheiro do café, do pão na chapa, da manteiga... o barulhinho da colher na xícara, o existir em si
Muito simples. Coisas corriqueiras.
Calçar um agasalho que estava cheiroso no armário, que você ou alguém lavou e guardou...
Sentir os pés nos calçados, o deslizar das meias...
Caminhar por conta própria, sair na rua, ver aquela árvore viçosa, a outra mais raquítica, ver o colorido das flores [a gente esquece de olhar]...
Perceber que você está vivo e que ainda vale a pena um sorriso!
Dizer ‘que dia feliz’, abrir os braços pro sol, sorrir mesmo que seja na marra que aí desata o nó e sai a amargura, a tristeza de ‘mais um dia’...
Agradecer por respirar, sem a ajuda de aparelhos, sentir o pulmão pulsar, o sangue brilhar.
Sentir o cheiro do café, do pão na chapa, da manteiga... o barulhinho da colher na xícara, o existir em si
Muito simples. Coisas corriqueiras.
Calçar um agasalho que estava cheiroso no armário, que você ou alguém lavou e guardou...
Sentir os pés nos calçados, o deslizar das meias...
Caminhar por conta própria, sair na rua, ver aquela árvore viçosa, a outra mais raquítica, ver o colorido das flores [a gente esquece de olhar]...
Perceber que você está vivo e que ainda vale a pena um sorriso!
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Do alto do nada
dias desses andei buscando o nada
o achei simples e calmo
qual um regato de Renoir
olhei ao céu e deslumbrada
com o sol que alto ardia
vi Monet acenando violetas flores
andei vagarosamente
sentei-me num banco feito dos troncos secos de uma mãe – árvore
aprumei-me e olhando a esquerda um lindo girassol de Van Gogh me sorria
um
.
.
.
sim
o achei simples e calmo
qual um regato de Renoir
olhei ao céu e deslumbrada
com o sol que alto ardia
vi Monet acenando violetas flores
andei vagarosamente
sentei-me num banco feito dos troncos secos de uma mãe – árvore
aprumei-me e olhando a esquerda um lindo girassol de Van Gogh me sorria
um
.
.
.
sim
texto by Solange Mazzeto
imagem: Monet
domingo, 10 de agosto de 2008
Meu pai
vagueia coração
vagueia
mete a mão no espinho
tateia as farpas
escuta o sino
o que lhe diz?
pai? diz pai?
balbucio o nome dele
o sangue escoa dos olhos meus
lateja uma lágrima
que
ainda quente... rola pela face da lembrança
dorme coração ... não se chateie
ele ainda vive, ali
naquela estrela...
vê?
...
vagueia
mete a mão no espinho
tateia as farpas
escuta o sino
o que lhe diz?
pai? diz pai?
balbucio o nome dele
o sangue escoa dos olhos meus
lateja uma lágrima
que
ainda quente... rola pela face da lembrança
dorme coração ... não se chateie
ele ainda vive, ali
naquela estrela...
vê?
...
escrita by Solange Mazzeto
imagem meu pai
sábado, 9 de agosto de 2008
INFINITO
num certo momento ela se deparou com performances jamais sonhadas, mas advinha do requinte que tem no coração
um certo modo de se portar, um giro central, um banir de estampas gradativas
um certo ar de conquista, um ar velado de leveza
um riso estranho, cismado, com intenção de seduzir
de oferecer agrado...
num certo instante, ela se deparou com um mundo que brilha a paz, um portão alto, mas fácil de ser escalado, a sutileza tornou-se alvo certo para ela
rebordas opacas guardadas a distraíram e ela chamou a guardiã de manto dourado, pele alva e mãos de santa...
das flores que a natureza reservou para esse dia, ela fez uma longa saia, onde se ria e ousada desfilava com fitas esparramadas...
ao cabelo adornou com heras frescas, nos lábios o tom da cereja
nos lóbulos da orelha um punhado de estrelas e no colo macio, margaridas, todas belas... e frescas...
um certo modo de se portar, um giro central, um banir de estampas gradativas
um certo ar de conquista, um ar velado de leveza
um riso estranho, cismado, com intenção de seduzir
de oferecer agrado...
num certo instante, ela se deparou com um mundo que brilha a paz, um portão alto, mas fácil de ser escalado, a sutileza tornou-se alvo certo para ela
rebordas opacas guardadas a distraíram e ela chamou a guardiã de manto dourado, pele alva e mãos de santa...
das flores que a natureza reservou para esse dia, ela fez uma longa saia, onde se ria e ousada desfilava com fitas esparramadas...
ao cabelo adornou com heras frescas, nos lábios o tom da cereja
nos lóbulos da orelha um punhado de estrelas e no colo macio, margaridas, todas belas... e frescas...
by Sole Mazzeto
imagem by Renoir
imagem by Renoir
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Alguma coisa acontece
acontece no coração
no ancião
no pão que vai a boca
numa bebida no botequim
a tal da saudade
de um beijo de boca, de língua
de uma mão que sabe da outra mão
de uma partida de dominó
da salada que a mãe fazia, do doce de abóbora...
acontece a saudade, o aperto no meio do peito
quase uma falta de ar...
um grito esmigalhado
um som inaudível, audível no chão da sala, na viola
acontece, não tem jeito
vez ou outra a saudade bate na portinhola do coração
e entra...
no ancião
no pão que vai a boca
numa bebida no botequim
a tal da saudade
de um beijo de boca, de língua
de uma mão que sabe da outra mão
de uma partida de dominó
da salada que a mãe fazia, do doce de abóbora...
acontece a saudade, o aperto no meio do peito
quase uma falta de ar...
um grito esmigalhado
um som inaudível, audível no chão da sala, na viola
acontece, não tem jeito
vez ou outra a saudade bate na portinhola do coração
e entra...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
Cabelo
mulher e cabelo, corta ou não?
enrola? alisa?
faz o que?
pinta?
deixa o branco agir e ‘se achar’ o centro das atenções?
faço mechas? luzes? pinto de vermelho, me deixo ficar exoticamente ruiva?
fico morena, forever? pinto a raiz morena a cada 7 dias?
endoido? mais?!
[gargalho muito, melhor remédio ainda é sorrir]
então que fiz, aloirei o pensamento, blonde, blonde, blonde...
tem gente que não gostou, se vire, se vire, se vire...
... ou vire-se e se veja...
enrola? alisa?
faz o que?
pinta?
deixa o branco agir e ‘se achar’ o centro das atenções?
faço mechas? luzes? pinto de vermelho, me deixo ficar exoticamente ruiva?
fico morena, forever? pinto a raiz morena a cada 7 dias?
endoido? mais?!
[gargalho muito, melhor remédio ainda é sorrir]
então que fiz, aloirei o pensamento, blonde, blonde, blonde...
tem gente que não gostou, se vire, se vire, se vire...
... ou vire-se e se veja...
imagem e texto by Solange Mazzeto
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Contemplando
andei observando assim meio sem querer, o povo mastigando
se anda aqui e acolá tem gente com alguma coisa na boca, uma bala, um biscoito, um sorvete...
um lanchinho, um cachorro quente...
a parte de alimentação de um shopping, inunda-se de gente, das mais variadas formas e profissões, aqui vê-se muito engravatados, comendo salada, camarão, tutu mineiro...
no campo, há de ter sempre um cara com um capim na boca, mastigando um pedaço de fumo de rolo, chupando uma cana que acabou de cortar
vi esses dias também e encantada fiquei, com uma criancinha de seus dois anos, comendo variados legumes, milho, xuxu, brócolis, e adorando cada uma deles, mastigava satisfeita com seus pequenos dentes
no cinema um croc, croc, espantoso de pipocas, o barulho assustador do saco de pipocas, o estalido da boca, chupando o sal do dedos
no teatro, o silêncio perdura, não se pode comer lá dentro, ufa!!!
e então contemplando tudo isso, pensei como é importante o gosto que cada boca tem, não estou dizendo no sentido de beijar, embora é bom pra danar, mas no sentido de paladar, de apuro no gosto que cada língua tem, pro salgado ou pro doce, conheço gente que não suporta doce, outros o ‘sensor’ de amargo é inabitável e inenarrável...
gosto de jiló, desde menina, pequenina minha mãe conta que eu contava um ano e meio, pela manhã eu ia no jardim da vizinha e pegando o jiló, comia com um gosto tão bom na boquinha que o povo se ria...
paladar... de cada gosto... é de cada um mesmo, de momentos, de [di] sabores, de rompantes...
e eu... contemplo...
se anda aqui e acolá tem gente com alguma coisa na boca, uma bala, um biscoito, um sorvete...
um lanchinho, um cachorro quente...
a parte de alimentação de um shopping, inunda-se de gente, das mais variadas formas e profissões, aqui vê-se muito engravatados, comendo salada, camarão, tutu mineiro...
no campo, há de ter sempre um cara com um capim na boca, mastigando um pedaço de fumo de rolo, chupando uma cana que acabou de cortar
vi esses dias também e encantada fiquei, com uma criancinha de seus dois anos, comendo variados legumes, milho, xuxu, brócolis, e adorando cada uma deles, mastigava satisfeita com seus pequenos dentes
no cinema um croc, croc, espantoso de pipocas, o barulho assustador do saco de pipocas, o estalido da boca, chupando o sal do dedos
no teatro, o silêncio perdura, não se pode comer lá dentro, ufa!!!
e então contemplando tudo isso, pensei como é importante o gosto que cada boca tem, não estou dizendo no sentido de beijar, embora é bom pra danar, mas no sentido de paladar, de apuro no gosto que cada língua tem, pro salgado ou pro doce, conheço gente que não suporta doce, outros o ‘sensor’ de amargo é inabitável e inenarrável...
gosto de jiló, desde menina, pequenina minha mãe conta que eu contava um ano e meio, pela manhã eu ia no jardim da vizinha e pegando o jiló, comia com um gosto tão bom na boquinha que o povo se ria...
paladar... de cada gosto... é de cada um mesmo, de momentos, de [di] sabores, de rompantes...
e eu... contemplo...
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Questão
era uma questão de tempo, de charme, de oportunidade
um estado febril de paixão, de náusea, manuseio, instabilidade,que pode levar a estabilidade
pra cada um meio e uma verdade, uma maneira de encarar a cara no espelho de mil faces, de ter dom de usar o que sabe e o que não sabe
atitudes passionais, sonhos demasiados na adrenalina, a cabeça cheia de éter, Arizona em cima de um cavalo
a mente divaga, espaça, recebe, percebe, escapa...
o ar chega quente, o inalar que agüente
o volume no cérebro vazou, o líquido da face escorreu e acho que nessa ninguém venceu...
texto by Solange Mazzeto
um estado febril de paixão, de náusea, manuseio, instabilidade,que pode levar a estabilidade
pra cada um meio e uma verdade, uma maneira de encarar a cara no espelho de mil faces, de ter dom de usar o que sabe e o que não sabe
atitudes passionais, sonhos demasiados na adrenalina, a cabeça cheia de éter, Arizona em cima de um cavalo
a mente divaga, espaça, recebe, percebe, escapa...
o ar chega quente, o inalar que agüente
o volume no cérebro vazou, o líquido da face escorreu e acho que nessa ninguém venceu...
texto by Solange Mazzeto
domingo, 3 de agosto de 2008
Em seda
Voando
pela liberdade de livres vôos
sublimo o que chamo de doçura
um enroscar de dedos nos dedos, uma carícia pra inovar o cerebelo
uma campainha pra ligar...
voando fico a te lembrar
os cachos, os lábios, o encaixe...
vida breve, vida breve, vem agora e não me leve... pro altar
texto by Solange Mazzeto
sublimo o que chamo de doçura
um enroscar de dedos nos dedos, uma carícia pra inovar o cerebelo
uma campainha pra ligar...
voando fico a te lembrar
os cachos, os lábios, o encaixe...
vida breve, vida breve, vem agora e não me leve... pro altar
texto by Solange Mazzeto
desconheço a autoria da imagem
sábado, 2 de agosto de 2008
Giacomo Leopardi
Os melhores momentos do amor são aqueles de uma serena e doce melancolia, em que choras sem saber porquê; e quase aceitas tranquilamente uma desventura que não conheces."
Giacomo Leopardi 1798-1837
Giacomo Leopardi 1798-1837
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Ele não poderia
é... ele não poderia amar alguém tão
“máximus”
que oferecesse mais do que a podridão que ele acostumou viver
ele não poderia ficar com uma pessoa que o fizesse sentir paz
que o deixasse são e bêbado no mesmo instante
ele não poderia suportar a luz que vinha dela
suportar toda ternura, ser todo dela
ele precisa galgar bocetas
sussurrar em meio a tetas
buscar ser o ‘tal’
pois sabe que não é...
“máximus”
que oferecesse mais do que a podridão que ele acostumou viver
ele não poderia ficar com uma pessoa que o fizesse sentir paz
que o deixasse são e bêbado no mesmo instante
ele não poderia suportar a luz que vinha dela
suportar toda ternura, ser todo dela
ele precisa galgar bocetas
sussurrar em meio a tetas
buscar ser o ‘tal’
pois sabe que não é...
by Solange Mazzeto
foto by Marília Campos
A mesma mão que abençoa... amaldiçoa
ontem te amaldiçoei, não quis pensar em religião, só pensei no que passei em tua mão
imagina que eu quis voltar pro casulo, já sendo borboleta morta!!!
ontem, eu regurgitei teus dedos
me apalpei como dantes
percebi meus seios mais vibrantes
ontem eu renasci porque
sou uma pessoa impossível no mundo
ontem percebi nitidamente que não sou como você
e nem quero ser [m a i s ]
hoje é outra realidade
e minhas asas me sacodem
ornamentam minha mão
e me abençôo
imagina que eu quis voltar pro casulo, já sendo borboleta morta!!!
ontem, eu regurgitei teus dedos
me apalpei como dantes
percebi meus seios mais vibrantes
ontem eu renasci porque
sou uma pessoa impossível no mundo
ontem percebi nitidamente que não sou como você
e nem quero ser [m a i s ]
hoje é outra realidade
e minhas asas me sacodem
ornamentam minha mão
e me abençôo
desconheço a autoria da imagem
texto by Solange Mazzeto
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Perdidas lembranças
Tinha acabado de fazer um bolo, mesclado de chocolate com baunilha, e quando abri o armário ali estava o que eu não queria ver, o adoçante e os ‘trequinhos’ de fazer café. Eu não quero mais lembrar os dias, em que você vinha tomar o café, e devorava meu bolo, e ainda gostava do pão que eu fazia na chapa pra você...
---- Faz o pão pra mim querida, eu gosto! [escuto de novo sua voz... não, não escuto mais...]
São lembranças perdidas, que preciso deixar pra trás...
Dias desses abrindo a gaveta do quarto, vi o seu desodorante, ainda tinha um restinho, não abri o pote, eu abri o pote [sim]... não eu não poderia cheirar seu cheiro, que não era seu cheiro, porque o desodorante era sem perfume, mas era você ali naquele potinho, que você trouxe pra deixar guardado aqui, quando você tomava banho... comigo...
---- Pega minha toalha, baby!
---- Eu coloquei ai pra você querido!
---- Mas eu não achei...
---- Tô fazendo seu café, que você pediu que chegou com fome né...
---- Mas, não achei a toalha, vem pegar pra mim?
E fui e ali estava ele, nú e lindo, com aqueles magnéticos olhos...
---- E o café? [Balbuciei bobamente, já sendo beijada, já ajoelhando...]
---- Fica pra depois baby, depois...
Perdidas lembranças, bendito armário da sala de jantar que fui abrir...
imagem e texto by Solange Mazzeto
terça-feira, 29 de julho de 2008
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Não sei do seu tempo agora
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